EUCO: Não tolere chantagem da Hungria

Os principais eurodeputados do Grupo PPE descreveram o veto húngaro a uma revisão do orçamento de longo prazo da UE como uma "manobra cínica para interesses políticos egoístas". Eles pedem que os líderes da UE trabalhem para chegar a um acordo rápido quando as negociações forem retomadas sobre a revisão do Quadro Financeiro Plurianual (QFP) em janeiro.

"A decisão histórica de quinta-feira de iniciar as negociações de adesão com a Ucrânia e a Moldávia prova mais uma vez que a unidade europeia é possível, apesar das circunstâncias difíceis. Enquanto 26 Estados-Membros da UE concordaram com uma posição sobre o orçamento de longo prazo da UE, apenas um se opôs - a Hungria. Pedimos aos líderes da UE que trabalhem para chegar a um acordo rápido e justo sobre a revisão do QFP e o mecanismo vital de 50 bilhões de euros para a Ucrânia, que é tão necessário, sem mais demora", disse o vice-presidente do Grupo PPE Siegfried Mureşan.

Os eurodeputados também expressaram séria preocupação com os cortes propostos para o orçamento da UE até 2027, cortando fundos de importantes programas da UE, como o EU4Health, Horizon, a nova ferramenta de competitividade STEP, entre outros.

"É preocupante que os líderes da UE não tenham conseguido chegar a um acordo sobre uma posição para as negociações sobre a revisão do orçamento de longo prazo da União. O atual orçamento de longo prazo da UE (MFF) deve ser suficientemente adequado para cumprir as promessas feitas aos programas vitais de financiamento da UE. O orçamento da UE é uma ferramenta poderosa e crucial para reagir a qualquer crise imprevista que possa surgir. É extremamente preocupante que estejamos agora em uma situação muito incerta até que as negociações sejam retomadas em janeiro", alertou Jan Olbrycht, eurodeputado e principal negociador do Parlamento Europeu na revisão intermediária do QFP.

O porta-voz do Grupo PPE para os Orçamentos, José Manuel Fernandes, criticou o papel do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, no resultado: "O Conselho Europeu deixou estas conversações cruciais para o último minuto, apesar dos nossos repetidos avisos de que o QFP já está sobrecarregado, com pouca ou nenhuma margem de manobra em alguns pontos. E agora, com mais um adiamento, o MFF ficou desorganizado. O veto da Hungria deve ser condenado pelo que é: um movimento cínico para interesses políticos egoístas. O primeiro-ministro Orbán deveria ter vergonha de suas ações - bloquear a ajuda à Ucrânia, que está defendendo a democracia europeia no campo de batalha todos os dias. Essa abordagem não pode ser tolerada em nível da UE. Não toleramos nenhum tipo de chantagem".